Certo dia, durante uma visita às suas instalações fabris, Kevin, CFO da companhia, compartilhou conosco sua opinião acerca dos relógios de ponto, adotados por muitas empresas para controlar o tempo que os trabalhadores passam no trabalho. Ele disse que em sua fábrica os relógios de ponto já não eram usados, porque, em sua opinião, “relógios de ponto podem tornar os administradores preguiçosos”.
Ao invés de cronometrar a entrada e a saída de seus funcionários, a companhia de Kevin optou por mudar os procedimentos com o objetivo de enfatizar que as pessoas são mais importantes que os processos. Seus administradores se esforçam por estar atentos às oportunidades, prazos e desafios de seu pessoal, de modo a fazer com que os relógios de ponto não mais sejam necessários.
Eles estavam dispostos a mudar a rotina estabelecida por um propósito maior: demonstrar um cuidado genuíno por cada membro de sua equipe. Como Provérbios 27.23 nos diz, “Esforce-se para saber bem como suas ovelhas estão, dê cuidadosa atenção aos seus rebanhos.” Assim como o bom pastor mantém uma vigilância atenta sobre seus rebanhos e se assegura de que suas necessidades sejam supridas, líderes e administradores sábios também devem se esforçar para lidar com as circunstâncias ímpares que seus empregados enfrentam.
Você poderia pensar: “Mas não é assim que acontece nos negócios. O relógio de ponto é o padrão tradicional para o registro de horas dos empregados e para assegurar que eles cheguem e partam na hora certa.” Isso pode ser verdadeiro, mas eu responderia que, às vezes, líderes corajosos devem se mostrar dispostos a desmontar rotinas e padrões em troca de uma causa maior. Aqui estão alguns outros princípios tirados da Bíblia:
Por que não seguir as práticas usuais de negócios? Às vezes, líderes que colocam Deus e seu pessoal antes de tudo, precisam estar dispostos a escolher um curso de ação diferente – aquele que melhor supra as necessidades dos membros de sua equipe. “E não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” (Romanos 12.2)
Os melhores líderes são também servos. Liderança de servo não é apenas um ideal elevado, mas um meio prático e efetivo de liderar outras pessoas. Não podemos encontrar melhor exemplo do que Jesus Cristo, que disse: “Pois nem mesmo o Filho do homem veio para ser servido, mas para servir e dar a Sua vida em resgate por muitos.” (Marcos 10.45)
Demonstrar cuidado e preocupação genuínos. O exame periódico de suas práticas usuais e a disposição de mudá-las ou adequá-las de modo a colocar os interesses das pessoas em primeiro lugar mostra aos seus funcionários como você os valoriza. “Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade, mas humildemente considerem os outros superiores a si mesmos. Cada um cuide, não somente dos seus interesses, mas também dos interesses dos outros.” (Filipenses 2.3-4)
Sabedoria para reconhecer e reagir às mudanças. Poderíamos dizer que as “últimas oito palavras” das organizações fracassadas são: “Mas nós sempre fizemos as coisas desta maneira!” Líderes que têm discernimento percebem o ambiente de mudanças e se adaptam a ele. Tal adaptabilidade é mencionada no Antigo Testamento em relação a um grupo conhecido como “os homens de Issacar”, um dos clãs israelitas: “Dos filhos de Issacar, destros (conhecedores) na ciência dos tempos, para saberem o que Israel devia fazer…” (1 Crônicas 12.32). Quando as circunstâncias mudam, às vezes, isso pede mudança também na estratégia ou na metodologia.
Rick Boxx é presidente e fundador da “Integrity Resource Center”, escritor internacionalmente reconhecido, conferencista, consultor empresarial, CPA, ex-executivo bancário e empresário. Adaptado, sob permissão, de “Momentos de Integridade com Rick Boxx”, um comentário semanal acerca de integridade no mundo dos negócios, a partir da perspectiva cristã. Tradução de Mércia Padovani. Revisão de Juan Nieto (jcnieto20@gmail.com).